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Luis Puig

Revolucionário guatemalteco que trabalhou a tempo completo para o RAM

O jovem Luis Puig era um dos funcionários da antigua empresa aerea Pan Am, na Guatemala. O Gerente local da empresa ficou impressionado com o que lhe foi dito sobre a resolução de um conflito que estava afetando a empresa nos Estados Unidos. Convidou um grupo de funcionários sindicalizados para participar nas próximas conferências em Mackinac. Não muitos funcionários estavam interessados no convite. Um deles ficou intrigado. Foi Luis Puig, especialista em rádio, militante, e secretário de conflitos para o Partido e Ação Revolucionária. Em nome de alguns de seus camaradas ele propôs enviar uma delegação. Com sua abordagem radical, ele estava curioso para descobrir o que acontecia ali.

Lá ele encontrou uma multidão de pessoas vindas de todas as partes do mundo e de formações muito variadas unidas em um desejo de trabalhar juntas por um futuro melhor para o mundo. Isto poderia realmente levar à uma mudança autêntica e durável?

Logo após a chegada de Puig ele foi convidado a encontrar Frank Buchman. Achou que esta seria sua chance de esclarecer as coisas, perguntar ‘ao grande chefe’ algumas boas questões dialéticas e ver como elas seriam tratadas. Buchman lhe convidou a participar em uma reunião com várias companhias aéreas na qual alguns pilotos americanos contaram como suas companhias haviam resolvido longas disputas que as estavam separando.

No dia seguinte, Puig encontrou um militante comunista italiano, Angelo Pasetto. Aqui, finalmente, Puig pensou que encontraria alguém que o entenderia. Mas Pasetto começou a falar de Deus. Puig pulou.

- “Como você pode falar comigo sobre Deus, você foi treinado em materialismo dialético como eu?”

-“Você trabalha com eletrônica, não trabalha? Quando você entra numa sala, acende a luz e ela não funciona, o que isto diz a você?”

- “Talvez que o filamento ou um fusível esteja queimado.”

- “Então, você liga o interruptor dentro de você. Você não vê nenhuma luz e conclui que Deus não existe ao invés de procurar o curto-circuito em sua vida”.

- Pasetto rachou de rir. Puig saiu furioso.

Um pouco mais tarde, um inglês sugeriu que ele e Puig passassem algum tempo juntos em silêncio e que cada um deles escrevesse o mais profundo pensamento que lhes ocorresse. Puig tentou fugir da ideia. O homem insistiu e conseguiu um acordo relutante para um encontro um pouco mais tarde, às 18:00 horas daquela noite.

Retornando próximo das 20:00 horas, ele combinou com seus amigos de dar uma passada na sala onde ele deveria ter encontrado o inglês. Ele poderia então dizer que ele tinha ido à sala conforme combinado, sem dizer a que horas exatamente, e que ele não havia encontrado ninguém lá. Abrindo a porta, lá estava o inglês, ainda esperando por ele. “Ah”. Disse ele com um sorriso largo e sem uma palavra de censura. “Você trouxe os membros da sua delegação. Vamos todos sentar juntos e fazer um tempo de silêncio”. “Assim, desarmados, eles se sentaram. Na mente de cada convidado, incluindo a do diretor de pessoal do escritório da PanAm na Guatemala, vieram pensamentos que tocaram em pontos sensíveis de suas vidas.

Luis Puig pensou em três coisas que ele precisava fazer: devolver mercadorias das quais ele se serviu sorrateiramente; acertar sua relação com uma garota; e pedir perdão à sua mãe pelo seu ressentimento com ela. Seus pais se divorciaram quando ele tinha seis anos de idade. Na época, o juiz decidiu que sua irmã deveria ficar com a mãe e ele com o pai. Ninguém explicou nada e por muito tempo ele acreditou que sua mãe o tinha abandonado. Quando seus amigos na escola perguntavam sobre sua mãe, ele não sabia o que responder. Ele acabaria dizendo que não tinha mãe. O rancor contra sua mãe eventualmente se transformava em ódio por toda sociedade.

Puig tinha vindo à Mackinac com preocupações sociais e políticas. Ele foi para casa com decisões pessoais que teriam amplas repercussões. Foi à procura de sua mãe, se reconciliou com ela e restabeleceu contato com sua irmã e seus meios irmãos e irmãs. Ele se empenhou, onde quer que ele tenha machucado pessoas, mentido ou roubado, em acertar as coisas por meio de desculpas honestas e restituição. Ao mesmo tempo evoluía sua visão para os problemas da América Latina. Seria a primeira condição para ação realista que ele agisse de acordo com as novas ideias que tinha tido? As reformas que seus amigos Marxistas queriam pareciam absolutamente corretas, mas seus métodos eram questionáveis. Por outro lado, os cristãos católicos, enquanto proclamando a doutrina social da igreja, estavam sempre unidos em causa comum com latifundiários e os patrões. Luis sentiu que ele tinha que dar a mensagem que ele recebeu a ambos os lados.

Puig permaneceu ativo em seu sindicato. Outros líderes sindicais, alguns dos quais haviam sido recentemente opostos a ele, vieram e pediram que ele se juntasse a eles na reorganização do movimento dos trabalhadores. Isso inevitavelmente entraria em conflito com os desejos do governo. Também provocou oposição da polícia. Puig sugeriu a seus colegas que cada um, individualmente, tirasse um tempo para pensar sobre a melhor maneira de proceder, após o que trocariam suas ideias. O pensamento comum que surgiu foi que eles deveriam pedir uma reunião com o Chefe de Estado e falar francamente com ele. Não seria fácil - muitas coisas ele não gostaria de ouvir.

O presidente os recebeu em seu escritório na presença de guardas armados. Seus visitantes expressaram o que haviam planejado dizer, em resumo: "Você está abrindo caminho para a pior opressão que os trabalhadores deste país já conheceram. Acreditamos que você é sincero. Faça algo para mudar esse resultado."

"Um de vocês não colaborou com os comunistas?" perguntou o presidente.

"Eu", respondeu Puig, "mas também aprendi a amar meu país como ele é e trabalhar para que ele se torne o que deveria ser, não para ver quem está certo, mas o que é certo."

O coronel Armas pediu que se sentassem e ordenou que seus guardas deixassem a sala. "Vocês me fazem confiar em vocês porque são honestos. Muitos dos que dizem ser meus amigos só me adulam. Acho que podemos fazer negócios. Leis para os trabalhadores não são minha especialidade. Sou um homem militar. Meu objetivo era tirar os comunistas do poder."

Para surpresa geral, ele confirmou as leis sociais anteriores, apenas introduzindo medidas apropriadas para impedir que extremistas notórios assumissem a liderança dos sindicatos.

Um pouco mais tarde, ele chamou Puig de volta. "Me diga o que mudou você", perguntou. Puig contou a ele e sugeriu que ele conhecesse alguns de seus amigos. O presidente os recebeu no Palácio Presidencial. Ele fez Puig voltar novamente. Ele estava claramente procurando por uma filosofia sólida para orientar sua política. "Uma nova conferência está acontecendo em Mackinac", disse Puig. "Por que você não envia alguém em quem confie?" "Vou enviar um representante da oposição", respondeu Armas, e assim o fez.

Em 1954, Luis Puig foi um dos fundadores do Congresso Sindical da Guatemala e, em 1956, foi enviado como delegado para a Organização Internacional do Trabalho em Genebra. Puig estava procurando que sentido poderia dar a essa relação com um ditador, um homem que, ao mesmo tempo, estava genuinamente buscando o caminho a seguir e que havia começado a tomar medidas para eliminar a corrupção dentro do governo.

Em 23 de julho de 1957, Castillo Armas foi assassinado por um de seus guarda-costas, que depois se matou. Nenhum motivo para o crime foi descoberto. A Guatemala foi jogada em um longo período de instabilidade. Puig sentiu que, no momento, não poderia fazer mais em seu próprio país para seguir o curso que havia definido para si mesmo e ao qual, a partir de agora, desejava dedicar todas as suas energias. Ele emigrou para o Brasil onde se dedicou até o final de seus dias a formar cidadaos brasileiros nos valores do RAM, no Centro do Rearmamento Moral em Petrópolis.

Nacionalidade
Guatemala
País de residência principal
Brazil
Nacionalidade
Guatemala
País de residência principal
Brazil